
SÉRIE B - Feliz com bom retorno, 'brasileiro' Valdivia admite culpa por lesões
22/07/2013 13:25Em entrevista ao Esporte Espetacular, Mago fala sobre o difícil período de recuperação, reconhece erros do passado e diz: 'Sei que devo jogar mais'
Para alegria do torcedor palmeirense, a magia do futebol do chileno Valdivia está de volta. Depois de ficar 114 dias ausente dos gramados, o meia voltou em grande estilo após a Copa das Confederações e tem sido o grande nome do Palmeiras nas últimas rodadas do Campeonato Brasileiro da Série B.
Não à toa, com o Mago em campo, o time do técnico Gilson Kleina engatou sequência positiva – vitórias contra Oeste, ABC e Figueirense, com outra ótima atuação do chileno – e já lidera a competição sob o comando de um "novo brasileiro". Nascido na Venezuela e naturalizado chileno, Jorge Valdivia, fã de Ronaldinho Gaúcho e Ronaldo Fenômeno, agora faz parte também do país do futebol. Há duas semanas, o palmeirense ampliou sua longa relação com o Brasil ao conseguir visto permanente.
– Há dez dias eu consegui o visto permanente como cidadão brasileiro. Meus filhos vão à escola e estão muito bem adaptados. Minha filha fala português como brasileira mesmo, sem sotaque. Gosto disso. Eu me sinto à vontade aqui – conta.
Empolgado com a boa fase da equipe na temporada e, principalmente, com seu bom desempenho, Valdivia não esconde sua felicidade. Em entrevista ao Esporte Espetacular, o camisa 10 do Verdão falou sobre a difícil sequência de lesões sofrida em 2013, admitiu que não se cuidou como deveria no passado e, mesmo sem fazer promessas, garante ter um grande objetivo em 2013: voltar a ser decisivo.
– Sei muito bem de toda a responsabilidade e cobrança que há em cima de mim. É isso que vou mostrar. Eu sinto que devo jogar mais. Eu quero jogar mais. Quero ser esse cara que todo mundo fala – garante.
Desde que retornou ao Palmeiras, em 2010, em negociação que custou € 6 milhões aos cofres do clube alviverde, Valdivia tem enfrentado diversos problemas físicos. Mais experiente, o atleta admite parcela de culpa pela sequência de lesões, mas rebate a fama de "chinelinho" (termo usado no futebol para falar sobre um atleta que não gosta de treinar e jogar).
– Reconheço que no passado tive muita culpa por ter tido muitas lesões. Não me cuidava, achava que isso não ia atrapalhar, mas atrapalhou. Eu sou o primeiro a saber que por causa disso não foi positivo. Sou o primeiro a falar que não joguei bem, sou o primeiro a me cobrar. Não vou esconder – reconhece.
– Minha dívida é não jogar tudo o que eu queria jogar. O primeiro a se cobrar sou eu. Acho que as pessoas pensam que o jogador gosta de ficar no departamento médico, que pede para os médicos falarem que está machucado. Quando você está lesionado você trabalha todos os dias, chega 9h e vai embora só 19h. Dá muito mais trabalho. Quando os outros estão de folga, você tem de vir ao CT aos sábados e aos domingos. Falar que é chinelinho, dar “migué”... Isso machuca – completa.
Titular do Palmeiras desde o retorno após a Copa das Confederações, Valdivia vive clima de paz com a torcida alviverde. Apesar de ter sido alvo de protestos de uma torcida organizada, o meia garante ter um bom relacionamento com o público.
O jogador cita até um lance da vitória contra o ABC para mostrar que a lua de mel está de volta. Na ocasião, os torcedores pediram para que o Mago batesse o pênalti convertido por Vinícius no terceiro gol palmeirense na vitória por 4 a 1 contra os potiguares.
– Hoje, quando vou ao shopping... Até porque estou jogando, quando não estava não ia (risos). Agora dá para sair para jantar com a mulher, levar os filhos na churrascaria. A melhor resposta que eu posso dar para todos aconteceu no jogo contra o ABC, com o Pacaembu inteiro pedindo que eu batesse o pênalti. Para mim foi sensacional. Eu me emocionei muito, mas não podia passar por cima da ordem do treinador – fala.
Grande nome do Palmeiras para a disputa do Campeonato Brasileiro da Série B e da Copa do Brasil, Valdivia vê o time em franca evolução. Destaca que apenas uma sequência de vitórias trará confiança aos atletas em busca do acesso, mas ressalta as mudanças no clube com o técnico Gilson Kleina e o presidente Paulo Nobre.
– O que dá confiança é a vitória. Mas hoje vejo o Palmeiras no caminho certo. Desde a presidência até a rouparia. Antes era muita informação que saia daqui de dentro, que vazava. Hoje não tem mais isso – comemora.
Fonte: globoesporte.com
Foto: Felipe Zito
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